Livro do Mês

A obrigação de ser genial

Betina González


As vira-latas

Arelis Uribes

A obrigação de ser genial

Betina González


As vira-latas

Arelis Uribes

A obrigação de ser genial

Em A obrigação de ser genial, a argentina Betina González propõe, por meio de uma série de ensaios, desvendar os mistérios da criação literária, explorando as motivações intrínsecas de escritoras e escritores e o impacto multifacetado da leitura na formação do indivíduo e da sociedade. Para isso, a autora disseca as diversas etapas da criação literária, desde a busca incessante por ideias e a organização minuciosa do material até a escolha precisa das palavras e a construção de uma narrativa envolvente.

Nessa investigação, Betina González joga luz na produção literária de mulheres. Em uma sociedade que muitas vezes impõe a “obrigação de ser genial”, ela nos convida a refletir sobre as dificuldades enfrentadas pelas escritoras que buscam se destacar no mundo da literatura. “Não basta ser boa: é preciso ser genial. A obrigação de ser genial se internaliza então pelo que é: um mandato social, a autoexigência de produzir uma obra extraordinária para que o crime cometido na solidão seja perdoável. […] o genial é a forma mais efetiva de censura para uma escritora, a meta impossível, algo tremendamente nocivo ao trabalho diário de fazer coisas com palavras, aponta a autora, que escreve o texto inteiramente no feminino, utilizando a estranheza dessa escolha como uma forma de performance e de afirmação de sua identidade. Ela define a escrita como um ato de deslocamento, um convite para abraçar a incerteza e construir uma poética autêntica.

Tradução Silvia Massimini Felix
Prefácio Andrea del Fuego

SOBRE A AUTORA

Betina González é uma escritora argentina. O seu primeiro romance, Arte minor, recebeu o Prémio Clarín em 2006 e foi aclamado por José Saramago como “uma grande obra de arte”. Em 2012 ganhou o Prêmio Tusquets por Las possuídas, seu segundo romance, que a consolidou como uma das romancistas mais importantes de sua geração. Ela tem mestrado em Escrita Criativa pela Universidade do Texas El Paso e doutorado em Literatura pela Universidade de Pittsburgh. Publicou também duas coletâneas de contos, O amor é uma catástrofe natural (2018) e Feria de Fenômenos (2023) e os romances América Alucinada (2016) e Olímpia (2022). Ele ensina literatura e redação na Universidade de Buenos Aires.

As vira-latas

Neste livro de estreia, premiado e já traduzido em diversos países, Arelis Uribes surge como uma espécie de cronista de uma geração de garotas que estão às margens. Em oito contos narrados em primeira pessoa por diferentes protagonistas, As vira-latas oferece uma visão caleidoscópica da experiência de ser uma jovem das classes mais populares do Chile, nos anos 1990, quase sempre mestiça e circulando num cenário social degradado. São histórias de vidas precárias e errantes, envoltas nos acontecimentos da infância e juventude, ordinários ou não, que oscilam entre a violência, o desejo e a ternura. Arelis dá voz a quem nunca falou, meninas sem pedrigree, mas também sem amarras.

“A história do medo, do invisível, das que não contavam e agora contam, fazem deste livro o retrato mais vívido de nossa intensidade e desmesura, e planta, sem querer, a semente para a próxima revolução.”

Gabriela Wiener

Tradução Silvia Massimini Felix
Prefácio Gabriela Wiener

SOBRE A AUTORA

Arelis Uribe é escritora e jornalista chilena, nascida em Santiago, em 1987. Seu livro de estreia, As vira-latas (Quiltras), foi publicado em 2016 e premiado como Melhor Livro de Contos pelo Ministério da Cultura do Chile. Também é autora do livro de crônicas Que explote todo (2017). Ela atuou como diretora de Comunicações do Observatório Contra o Assédio nas Ruas (OCAC), organização que busca tornar visível o assédio nas ruas como uma forma de violência de gênero. Atualmente, dedica-se à composição musical e cursa o mestrado em Escrita Criativa na Universidade de Nova York.