Livro do Mês

A dor

Marguerite Duras

A dor

Marguerite Duras

Em meados dos anos 1980, Marguerite Duras encontra nos armários de sua casa de campo uma série de diários escritos na juventude. Nessas páginas tomadas por uma pequena letra e rasuras, ela descreve a angústia vivida durante a Segunda Guerra Mundial, diante da França ocupada e da espera dilacerante pelo retorno de seu marido Albert Antelme, preso e enviado para um campo de concentração na Alemanha.

Entre a memória e a literatura, Duras desenha todo o contexto em que circulam pelas ruas de Paris membros da polícia nazista, uma elite francesa colaboracionista, milicianos e resistentes – personagens reais da história, como ela, que busca notícias do marido em almoços com um membro da Gestapo e participa da sessão de tortura de um delator ao lado dos companheiros da Resistência. O testemunho e a emoção dos acontecimentos vividos fazem de A dor uma das mais importantes obras da autora, como ela mesma declara.

“A dor é uma das coisas mais importantes da minha vida”


Tradução Luciene Guimarães de Oliveira e Tatiane França
Posfácio Laura Mascaro

SOBRE A AUTORA

Marguerite Duras nasceu em 1914, na Indochina, atual Vietnã, onde passou toda a infância. Filha de pais franceses, muda-se em 1932 para Paris, aos 18 anos, para seguir seus estudos. Durante a Segunda Guerra, junto ao seu primeiro marido, Albert Antelme, integra a Resistência francesa. Em 1943 lança seu primeiro livro, Les impudents, dando início a uma vasta produção que inclui romances, teatro e roteiros para o cinema. Em 1984 recebeu o prêmio Goncourt por O amante, um de seus livros de maior sucesso. No ano seguinte lança A dor, obra adaptada para o cinema em 2018. Duras morreu em Paris, em 1996.