Livro do Mês

O coração que chora e que ri

Contos verdadeiros da minha infância

Maryse Condé

O coração que chora e que ri

Contos verdadeiros da minha infância

Maryse Condé

Neste que é um dos mais celebrados livros de Maryse Condé, as memórias de infância são também a narrativa de sua formação. Na Guadalupe dos anos 1940 e 1950, em um ambiente burguês, deve-se evitar falar a língua local, o créole. As convenções sociais se impõem sobre os sentimentos: não se chora diante do cadáver de um ente querido; não se comenta um divórcio na família. No contexto doméstico, cercado por mentiras, com uma mãe extremamente severa – com os outros e consigo mesma – e um pai reservado, a pequena Maryse segue o caminho da rebelião. A sua fuga para um mundo imaginário, a sede por conhecimento e por autonomia a guiam para o destino de escritora.

Ao retomar a sua história, Condé evoca a criança que percorre as paisagens caribenhas, a jovem que descobre em Paris a sua identidade negra, e revive o momento que lhe devolveu o amor pela sua família: “Eu deslizei a mão por entre seus seios que tinham amamentado oito filhos, agora inúteis, murchos, e ali passei toda a noite, ela grudada em mim, eu enrolada como uma bolinha contra seu flanco, sentindo seu cheiro de idosa e de arnica, sentindo seu calor”. Naquela noite, Maryse encontrou sua mãe ao perdê-la.

Tradução Heloisa Moreira
Posfácio Maria Carolina Casati

– Livro vencedor do prêmio Marguerite Yourcenar –

Sobre a autora

MARYSE CONDÉ nasceu em Pointe-à-Pitre, Guadalupe, em 1937. É uma das mais premiadas escritoras de língua francesa. Doutora em Literatura Comparada pela Sorbonne, lecionou em diversas universidades como Berkeley, Universidade da Virgínia e Columbia, onde fundou o Centro de estudos franceses e francófonos. Sua extensa obra incluí romances, contos, teatro e ensaios. Publicado originalmente em 1999, O coração que chora e que ri venceu o prêmio Marguerite Yourcenar. Entre as obras publicadas em português estão Eu, Tituba: bruxa negra de Salem (2020), e O evangelho do novo mundo (2022). Em 2018 recebeu o The New Academy Prize em literatura, o prêmio alternativo ao Nobel, suspenso aquele ano.

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