Júlia do Rio: crônicas da Belle Époque carioca
Júlia Lopes de Almeida
A dissociação
Uma menina órfã vive com a sua avó na periferia da cidade industrial de Villeneuve d’Ascq, norte da França. Aos dez anos, seu corpo negro se recusa a crescer.
Com a habilidade de dissociar sua mente do corpo, ela transforma suas dores em poder e dá início a uma viagem pelo cantos mais esquecidos do país, acompanhada de um caderno, o seu Manual, onde vai anotando suas ideias, experiências e os encontros com personagens excêntricos e suas utopias: um artista que não acredita na arte, exilados políticos do Congo, empregados de um café universitário e de um hotel sem estrelas, ativistas anarquistas, chefes de uma ocupação social.
Entre o realismo mágico e a fábula contemporânea, Nadia Yala Kisukifi constrói um enredo em que a imaginação literária, a filosofia e a crítica social se entrelaçam de forma engenhosa para falar sobre sonhos políticos, pertencimento e a importância de se buscar um lugar seguro no mundo.
“Espelho do nosso tempo, sátira de nossas errâncias, ode à imaginação, A dissociação é também um formidável romance picaresco”. – LePoint
Tradução Mirella Botaro e Raquel Camargo
Sobre a autora
Nadia Yala Kisukidi nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 1978, filha de pai congolês e mãe franco-italiana. É professora associada de filosofia na Universidade Paris 8 Vincennes-Saint-Denis, e especialista em filosofia francesa e africana. É autora de livros como Bergson ou l’humanité créatrice (2013) e Dialogue Transatlantique (2021), com Djamila Ribeiro. A dissociação, lançado em 2022 pela Seuil, é seu primeiro romance.
Febre de carnaval
Na província de Esmeraldas, banhada pelo Pacífico e coração da cultura negra do Equador, a pequena Ainhoa é forçada a amadurecer rapidamente, cercada por segredos familiares e pela violência que permeia a sua casa e a comunidade local.
O carnaval, em que se misturam o trágico e o festivo, é o pano de fundo da narrativa que mergulha no universo exuberante e sensível de Ainhoa, cujo corpo de menina reverbera as histórias do clã de mulheres que a criaram – irmãs, mães e avós, que compartilham com ela, mesmo sem saber, suas dores, seus medos e seus desejos.
Em ritmo vibrante, ressoando as batidas da rumba e da salsa, Yuliana Ortiz Ruano constrói, a partir da vida de sua jovem protagonista, que busca refugio aninhada no pé de goiaba ou no mar, um retrato das tradições afrodescendentes, da brutalidade patriarcal e das complexidades sociais de uma parte esquecida das Américas.
“Yuliana escreve sobre a festa e tudo o que nela há de arrebatamento, perigo e refúgio. Brilhante.” – Monica Ojeda
Tradução Larissa Bontempi
Sobre a autora
Yuliana Ortiz Ruano nasceu em Esmeraldas, Equador, em 1992. Graduada em Literatura pela Universidad de las Artes, é professora na Universidade das Artes do Equador e DJ de música afro do Pacífico. Publicou os livros de poesia Sovoz (2016), Canciones desde el fin del mundo (2021) e Cuaderno del imposible retorno a Pangea (2021). Febre de Carnaval (2022), seu primeiro romance, foi publicado no Equador, na Espanha e na Itália. Em 2023 recebeu o Premio IESS Primo Romanzo (Itália) e o Joaquín Gallegos Lara, concedido pela municipalidade de Quito, na categoria de melhor romance do ano.