AS IRMÃS NARDAL
LÉA MORMIN-CHAUVAC
No coração do entre-guerras parisiense, sete irmãs vindas da Martinica — Paulette, Émillie, Alice, Jane, Cécile, Lucie e Andrée Nardal — abrem caminho para uma revolução silenciosa: a emergência de uma consciência negra global. Primeiras mulheres negras a entrar na prestigiada universidade Sorbonne, elas fazem de seu apartamento em Clamart, periferia de Paris, um dos grandes salões intelectuais da diáspora, onde circulam ideias, poetas e militantes vindos da África, do Caribe e dos Estados Unidos.
É ali que germina o pensamento da negritude, antes mesmo de Aimé Césaire ou Léopold Senghor lhe darem nome. Com erudição e sensibilidade, Léa Mormin-Chauvac restitui o lugar central das irmãs Nardal na história mundial das ideias — pioneiras do feminismo negro francófono, mediadoras entre culturas, e figuras decisivas da modernidade caribenha. As Irmãs Nardal repara um silêncio histórico e ilumina a origem coletiva de um movimento que transformou a literatura e a política do século XX, retraçando a trajetória dessas mulheres pioneiras, símbolos das lutas feministas e antirracistas que mudaram os rumos do movimento negro mundial.
Tradução: Ligia Fonseca Ferreira e Regina Salgado Campos
Trecho do prefácio de Alain Mabanckou
“As irmãs Nardal: a vanguarda da causa negra vem reparar uma das maiores injustiças da história da causa negra, em geral apresentada como um “assunto de homem”. Léa Mormin-Chauvac regressa à fonte, apresenta-nos a família Nardal formada por sete filhas, cujo pai, Paul Nardal, foi “o primeiro negro na França a ganhar uma bolsa de estudos para estudar na Escola de Artes e Ofícios em Paris, e se destacou por 45 anos no Serviço Colonial de Obras Públicas como o primeiro engenheiro de obras públicas da Martinica”.
Sobre A autorA
Nascida em Aix-en-Provence, França, em 1993, Léa Mormin-Chauvac é jornalista independente, com passagem pelo jornal Libération e pela rádio France Culture. É também roteirista e co-autora do documentário As irmãs Nardal, as esquecidas da negritude (Les soeurs Nardal: les oubliées de la négritude). Baseada em Fort-de-France, na Martinica, Léa é membro do comitê editorial da revista feminista La Déferlante.
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